Uma corrida no parque ou, quem sabe, uma partida de futebol com os amigos? Se estas são ideias que lhe atraem somente em eventuais dias de folga, é importante ter cautela. Toda prática de exercícios é positiva, mas quando restrita apenas a datas esporádicas, exige maior atenção quanto ao risco de sofrer lesões. É isso que explica o Mestre em Educação Física e graduado em Nutrição Diego Costa Freitas, do Rio de Janeiro/RJ.
Manter certa frequência faz toda a diferença nos efeitos que os exercícios geram no corpo. “Os chamados atletas de fim de semana acabam não atingindo um bom condicionamento físico. O longo espaço de tempo entre uma atividade e outra faz com que todo o benefício conquistado em um dia seja perdido no decorrer dos demais. Além disso, a intensidade do esforço de um exercício é muito maior para quem não o pratica regularmente”, aponta.
De acordo com o especialista, a falta de condicionamento físico e a alta intensidade dos movimentos são fatores que aumentam o risco de lesões e ferimentos, que variam muito de acordo com as características da modalidade escolhida. A corrida, que conquista cada vez mais adeptos e movimenta até mesmo grandes eventos, e o clássico futebol são práticas que requerem elevado esforço do quadril, joelhos, panturrilhas, tornozelos e pés – estes últimos sempre muito expostos a torções e lesões musculares.
Porque faz bem
Mesmo que esporádica, a prática de esportes contribui para a saúde. Como comenta Freitas, lazer também é um fator importante para a qualidade de vida. “Casos de depressão e doenças atreladas ao alto nível de estresse são crescentes hoje. Qualquer atividade que proporcionem bem-estar é positiva”, define. Contudo, argumenta ele, a maior parte dos benefícios de uma atividade física está relacionada à rotina e à frequência.
“Os benefícios do exercício ocorrem de maneira crônica, ou seja, de médio a longo prazo. O organismo, num primeiro momento, sofre o que chamamos de estresse agudo. No decorrer do tempo de realização, este estresse passa para a fase da compensação, que é o efeito positivo. O corpo, então, passa a produzir mais enzimas, mitocôndrias e proteínas, além de emitir uma série de respostas positivas”, detalha o educador físico.
Mudança de hábitos
Para quem deseja mudar a condição de atleta eventual para uma rotina assertiva de exercícios, Freitas cita duas dicas básicas. A primeira orientação tem a ver com o período de tempo. “É comum as pessoas pensarem que precisam permanecer duas horas na academia, mas não é por aí. Quando a pessoa tem um nível de treinamento menor, os benefícios do exercício podem ser percebidos em períodos curtos, desde que ocorram com alguma regularidade”, diz.
Sob esta perspectiva, alguém que ainda não pratica uma atividade pode começar dedicando 20 ou 30 minutos, durante três dias da semana, para sentir os primeiros resultados. À medida que for se engajando e se habituando, pode aumentar progressivamente o tempo, o volume e a intensidade.
A segunda dica de Freitas é saber escolher uma modalidade que, de fato, agrade ao praticante. “É fundamental optar por uma atividade que tenha a ver com seu perfil, com seus gostos e estilo. Quando fazemos algo que gostamos, fica muito mais simples manter a tão importante disciplina”, enfatiza.
Texto: Camila Veiga/Especial | Imagens: Designed by pressfoto / Freepik